A pesquisa integra docentes de quatro Programas de Pós-Graduação de diferentes regiões do País em torno da temática literatura juvenil e leitura, com o objetivo de fortalecer essa área em seus Programas e contribuir para sua plena consolidação nos estudos pós-graduados. Visa produzir pesquisa coletiva original e sistemática sobre o tema; realizar reflexão aprofundada sobre a existência de um específico juvenil dentro do campo mais amplo da literatura, investigando verticalmente o estatuto do gênero. Paralelamente, desenvolve uma metodologia alternativa de leitura da literatura juvenil na escola, contendo um banco de textos narrativos brasileiros e um programa de acesso às etapas do trabalho, de modo que o professor possa fazer suas escolhas, planejando, assim, materiais e atividades de leitura para seus alunos:
Tem sido constante o escamoteamento sistemático da questão do específico juvenil. Se a oposição literatura/literatura infantil se faz presente na absoluta maioria dos textos que compõem a bibliografia teórica em língua portuguesa sobre o assunto (produzida em geral pela Academia), já as oposições literatura/literatura juvenil ou literatura infantil/literatura juvenil são quase que deixadas de lado pelos textos que se dispõem a tratar desse polêmico subgênero literário. Nem mesmo a bibliografia teórica estrangeira opera de maneira muito diferente. Sob a ambígua rubrica literatura infantil e juvenil, utilizada, aliás, até este ponto sem maior questionamento, todos os problemas parecem estar resolvidos, ainda que depois se revelem contradições internas nas obras teóricas, ao acabarem explícita ou implicitamente trabalhando com a diferenciação de conceitos. E é bem provável que isto se dê, entre outras razões, porque o próprio conceito de juventude ou adolescência ocupa na sociedade ocidental um estatuto ainda muito precário, próprio de sua brevidade histórica, que aponta para uma zona de indeterminação, de limbo, de entrelugar, ou, como preferimos denominar nesta pesquisa de interstício, terreno do provisório, do indefinido, meio caminho entre a infância (conceito hoje já cristalizado) e a idade adulta, numa configuração de contorno incerto.
Vale dizer, ainda, que, para estudar a questão do específico juvenil, pode ser fecunda a opção de dar um tratamento diferenciado ao gênero narrativo, privilegiando as narrativas longas, particularmente aquelas publicadas a partir de 1978, ano que constitui uma espécie de baliza para a consolidação do gênero, momento em que há uma nítida expansão do mercado no sentido de atingir uma faixa de público que, até então, não vinha sendo das mais visadas pelas editoras. Como sugere Eliana Yunes, (1989), é a partir do início da década de 80 que, guardadas as devidas proporções, ocorre o salto quantitativo na literatura juvenil brasileira semelhante ao processo ocorrido na década anterior no campo da literatura infantil. A pesquisadora levanta a hipótese de que os leitores infantis formados na década de 70 teriam se convertido nos leitores juvenis da década de 80, num fenômeno muito astutamente percebido pelas editoras. E é bom frisar que, além de questionar o estatuto de uma literatura juvenil, é fundamental para a pesquisa proposta também verificar se esse salto quantitativo teve sua contrapartida no plano qualitativo, tal como ocorreu com a literatura infantil.
Você tem a liberdade de:
Compartilhar copiar, distribuir e transmitir a obra.
Sob as seguintes condições:
Atribuição Você deve creditar a obra da forma especificada pelo autor ou licenciante (mas não de maneira que sugira que estes concedem qualquer aval a você ou ao seu uso da obra).
Uso não-comercial Você não pode usar esta obra para fins comerciais.
Vedada a criação de obras derivadas Você não pode alterar, transformar ou criar em cima desta obra.
Ficando claro que:
Renúncia Qualquer das condições acima pode ser renunciada se você obtiver permissão do titular dos direitos autorais.
Domínio Público Onde a obra ou qualquer de seus elementos estiver em domínio público sob o direito aplicável, esta condição não é, de maneira alguma, afetada pela licença.
Outros Direitos Os seguintes direitos não são, de maneira alguma, afetados pela licença:
Aviso Para qualquer reutilização ou distribuição, você deve deixar claro a terceiros os termos da licença a que se encontra submetida esta obra. A melhor maneira de fazer isso é com um link para esta página.
a) IES Coordenadora Geral: PUCRS - Dr. Vera Teixeira de Aguiar (Coordenadora Geral do Projeto); Dr. Noelci Fagundes da Rocha; Dr. Regina Kohlrausch; Dr. Maurício da Silveira Piccini; Dr. Paula Mastroberti; Me. Christiane Vieira Soares; Me. Marcelo Buckowski; Me. Taís Helena Mallmann; Me. Talita Felix Schneider; Luís Fernando Kalife Júnior (ME); Sabrina Rosa Gonçalves (ME); Esp. Marcira Evangelho Trindade; Aline Santos Barbosa (GR); Carlos Coimbra Chaves (GR); Henrique Cardoso Lopes (GR); Simone Kniphoff dos Santos (GR);
b) IES Associada 1: UNESP-Assis - Dr. João Luís Cardoso Tápias Ceccantini (Coordenador de Equipe); Dr. Alvaro Santos Simões Júnior; Dr. Benedito Antunes; Dr. Marco Antônio Domingues SantAnna
c) IES Associada 2: UFG - Dr. Maria Zaira Turchi (Coordenadora de Equipe); Dr. Agostinho Potenciano de Souza; Dr. Goiandira de Fátima Ortiz de Camargo
d) IES Associada 3: UEM - Dr. Alice Áurea Penteado Martha (Coordenadora de Equipe); Dr. Márcio Roberto do Prado; Dr. Marilurdes Zanini; Dr. Rosa Maria Graciotto Silva; Sharlene Davantel Valarini (DO); Lígia Maria Fabretti (ME); Lucas Macedo (ME); Marcos Douglas Pereira (ME); Nathalia Costa Esteves (ME); Olga Ozaí da Silva (ME); Andressa Fajardo (PIBIC); Bruno Ciavolella (PIBIC); Débora Sodré Esper (GR)
Identidade VisualCoordenadora Vera Teixeira de Aguiar (CNPq)
Pesquisadores
Coordenadora Vera Teixeira de Aguiar
E-mail: vera.t.aguiar@gmail.com